Foto tirada da torre da Igreja em meados do século XIX.
Historias da Terra-Santa
Gênese
Como um desafio a qualquer lógica aplicada à época da colonização, numa estreita faixa entre o mar e o sertão, surgiu o lugarejo de Terra Santa contrariando assim, a realidade geográfica da região caracterizada pela seca e pela fome. Em meio a rios de água doce, vegetação verde na maior parte do tempo e com apenas duas estações climáticas bem definidas que dividiam o ano na época das chuvas e da estiagem, Terra Santa era uma espécie de oásis para os habitantes das aldeias vizinhas. Não demorou muito para que os galegos cansados das longas viagens de navio, buscassem refúgio por aquelas paragens, um lugar nem tanto ao mar nem tanto a terra, com muito verde, água doce, plano e que lhes dariam o sustento com a agricultura e toda a sorte de atividades ligadas à terra. Não se tem registro dos nomes dos primeiros habitantes nem dos fundadores de Terra Santa porque esses eram em número tão reduzido, que dava para contá-los na ponta dos dedos, e também ainda não havia naquele tempo o costume de se anotar num papel o dia em que cada cristão havia nascido ou morrido, pois havia tanto trabalho a fazer que tanto um fato como outro eram aceitos com natural resignação. O entusiasmo lusitano empreendeu a construção das primeiras casas da vila em uma rua que muitos anos depois seria a principal e que ligaria à rua de Baixo (da Matriz) à rua de Cima (do Cruzeiro). A fila de casas germinadas em estilo chalé quase alinhadas com o nascer do sol, tinham o mesmo estilo dos dois lados, variando apenas conforme as posses do seu proprietário. Eram todas altas, de pés-direitos quase inalcançáveis, cômodos amplos, arejados e dentro, meias paredes que garantiam um sistema de ventilação providencial para as épocas de calor. A porta da frente era separada por pequenos degraus que davam direto na calçada, de onde se podia alcançar as duas grandes janelas abertas de par em par. Por essa época, havia no lugar um mestre de obras por ofício, um português de nome desconhecido que só morreu depois de haver levantado todas as casas. Esse foi o maior orgulho que sentiu quando o sopro gelado da morte veio a sua procura cumprindo seu dever. Os forasteiros que ali chegavam de passagem ou de mudança podiam supor com facilidade tal fato, pois se percebia o traço comum daquele homem em todas as construções. Numa das casa localizadas bem na metade dessa rua, ficava a única mercearia do lugar que vendia de chapéu de massa à gêneros alimentícios de primeira necessidade. Pertencia a um homem alto filho de portugueses.(...) Historias da Terra-SantaGêneseComo um desafio a qualquer lógica aplicada à época da colonização, numa estreita faixa entre o mar e o sertão, surgiu o lugarejo de Terra Santa contrariando assim, a realidade geográfica da região caracterizada pela seca e pela fome. Em meio a rios de água doce, vegetação verde na maior parte do tempo e com apenas duas estações climáticas bem definidas que dividiam o ano na época das chuvas e da estiagem, Terra Santa era uma espécie de oásis para os habitantes das aldeias vizinhas. Não demorou muito para que os galegos cansados das longas viagens de navio, buscassem refúgio por aquelas paragens, um lugar nem tanto ao mar nem tanto a terra, com muito verde, água doce, plano e que lhes dariam o sustento com a agricultura e toda a sorte de atividades ligadas à terra. Não se tem registro dos nomes dos primeiros habitantes nem dos fundadores de Terra Santa porque esses eram em número tão reduzido, que dava para contá-los na ponta dos dedos, e também ainda não havia naquele tempo o costume de se anotar num papel o dia em que cada cristão havia nascido ou morrido, pois havia tanto trabalho a fazer que tanto um fato como outro eram aceitos com natural resignação. O entusiasmo lusitano empreendeu a construção das primeiras casas da vila em uma rua que muitos anos depois seria a principal e que ligaria à rua de Baixo (da Matriz) à rua de Cima (do Cruzeiro). A fila de casas germinadas em estilo chalé quase alinhadas com o nascer do sol, tinham o mesmo estilo dos dois lados, variando apenas conforme as posses do seu proprietário. Eram todas altas, de pés-direitos quase inalcançáveis, cômodos amplos, arejados e dentro, meias paredes que garantiam um sistema de ventilação providencial para as épocas de calor. A porta da frente era separada por pequenos degraus que davam direto na calçada, de onde se podia alcançar as duas grandes janelas abertas de par em par. Por essa época, havia no lugar um mestre de obras por ofício, um português de nome desconhecido que só morreu depois de haver levantado todas as casas. Esse foi o maior orgulho que sentiu quando o sopro gelado da morte veio a sua procura cumprindo seu dever. Os forasteiros que ali chegavam de passagem ou de mudança podiam supor com facilidade tal fato, pois se percebia o traço comum daquele homem em todas as construções. Numa das casa localizadas bem na metade dessa rua, ficava a única mercearia do lugar que vendia de chapéu de massa à gêneros alimentícios de primeira necessidade. Pertencia a um homem alto filho de portugueses.
(...)
Tirado do
escrito por H de Henrique, filho da Terra Santa.
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