Uma vez um amigo me fez uma crítica. “Você saiu de Espírito Santo. Mas, Espírito Santo não saiu de você”.
E nos HETERÔNIMOS de Fernando Pessoa ele diz:
O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. (...).
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe disso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio de minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se ao Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.
(Fernando Pessoa)
“O maior rio do mundo é o córrego que passa na minha cidade”. Esses são meus pensamentos. O homem que perde a sua origem é um homem sem identidade.
“Ès lindo meu Jacu”