A LOUCA
Quando ela passa: - a veste desgrenhada,
O cabelo revolto em desalinho,
No seu olhar feroz eu adivinho
O mistério da dor que a traz penada.
Moça, tão moça e já desventurada;
Da desdita ferida pelo espinho,
Vai morta em vida assim pelo caminho,
No sudário da mágoa sepultada.
Eu sei a sua história.
- Em seu passado Houve um drama d'amor misterioso-
O segredo d'um peito torturado
-E hoje, para guardar a mágoa oculta,
Canta, soluça
- o coração saudoso, Chora, gargalha, a desgraçada estulta.
Escrito por Augusto dos Anjos
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