quinta-feira, julho 21, 2005

Ponte sobre o Rio Jacú

Uma vez um amigo me fez uma crítica. “Você saiu de Espírito Santo. Mas, Espírito Santo não saiu de você”.
E nos HETERÔNIMOS de Fernando Pessoa ele diz:

O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia
Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia. (...).
O Tejo desce de Espanha
E o Tejo entra no mar em Portugal.
Toda a gente sabe disso.
Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
E para onde ele vai
E donde ele vem.
E por isso, porque pertence a menos gente,
É mais livre e maior o rio de minha aldeia.
Pelo Tejo vai-se ao Mundo.
Para além do Tejo há a América
E a fortuna daqueles que a encontram.
Ninguém nunca pensou no que há para além
Do rio da minha aldeia.
O rio da minha aldeia não faz pensar em nada
Quem está ao pé dele está só ao pé dele.

(Fernando Pessoa)

“O maior rio do mundo é o córrego que passa na minha cidade”. Esses são meus pensamentos. O homem que perde a sua origem é um homem sem identidade.


“Ès lindo meu Jacu”

3 Comments:

At 9:38 PM, Blogger Henrique Neto said...

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At 8:59 PM, Anonymous Anônimo said...

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At 3:48 PM, Anonymous Anônimo said...

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